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segunda-feira, setembro 21, 2015

Ucrânia processa Berlusconi e Putin após degustação de vinho de 1775 na Crimeia

KIEV - Uma visita do ex-premier italiano, Silvio Berlusconi, à Crimeia causou mais dor de cabeça nas relações entre Ucrânia e Rússia. Após visitar junto ao presidente russo, Vladimir Putin, uma das maiores coleção de vinhos do mundo, ele tomou um vinho de 1775. A medida rendeu a ele a proibição de entrar no territorio ucraniano e um processo por roubo.

Na visita, Berlusconi e Putin degustaram um Jerez de la Frontera de 240 anos de idade. A garrafa faz parte de uma coleção trazida à época pelo conde Mikhail Vorontsov, durante o império de Catarina, a Grande. Em imagens divulgadas pela rede RT, Berlusconi também se surpreende ao ver uma garrafa de 1891 e pergunta se o vinho poderia ser bebifo.

A vinícola fazia parte do governo ucraniano, antes de a península ser anexada pela Rússia no ano passado. O país exige reparações por bens tomados pelos russos com a incorporação do território.

Após a divulgação da visita e da degustação de Berlusconi no local, a antiga procuradoria-geral da Crimeia, que atua no exílio desde a anexação, abriu um processo contra a diretora do local. Yanina Pavlenko foi indiciada por traição. De acordo com as autoridades de Kiev, houve roubo no valor equivalente a 60 mil libras pelo consumo, e Berlusconi e Putin também teriam a obrigação de ser questionados.

- A garrafa de 1775 é uma das que constituem não apenas a herança da Crimeia ou da vinícola, mas de todo o povo ucraniano - criticou o vice-procurador, Nazar Kholodnytsky, de Kiev.

Tecnicamente, a Ucrânia não tem como condenar as autoridades envolvidas no episódio, já que a Crimeia é território russo desde março de 2014. O Kremlin não comentou o caso criminal, enquanto Berlusconi preferiu se abster de discutir a degustação.
Por O Globo com agências internacionais

Qualidade e sofisticação na fabricação de vinhos australianos

Muito mais do que cangurus engraçados e coalas fofinhos: A Austrália também é lar de alguns dos vinhedos mais antigos do mundo. O país, que possui mais de 2.400 vinícolas, produz cerca de 3 milhões de hectolitros, por ano, e é o sexto no ranking dos maiores produtores. Um australiano bebe cerca de 19 litros por ano. A bebida produzida na região apresenta textura cremosa, sabor concentrado e pode ser encontrada em mercados ao redor do globo.

O território conta com uma variedade surpreendente de uvas. A mais comum nas áreas cultivadas é a Shiraz, espécie tinta de sabor adocicado responsável por safras de qualidade, como o Penfolds Grange e o Jacob’s Creek Shiraz. Uma lenda antiga diz que o vinho bebido por Jesus Cristo e os 12 apóstolos, durante a Santa Ceia, teria sido feito a partir da uva, já que a casta também é encontrada com facilidade em Jerusalém. Entre as variedades brancas, estão a Chardonnay e a Muscat Blanco, utilizadas, respectivamente, na produção do FishEye e do Barefoot.

As vinícolas australianas chamam atenção pela alta tecnologia empregada na plantação e no cultivo das uvas e na produção da bebida fermentada. As fábricas oferecem experiências sensoriais que vão muito além da simples degustação de vinhos. Durante as visitas, turistas têm a oportunidade de degustar pratos típicos, apreciar obras de arte, participar de eventos internos e conhecer o processo de fabricação do produto.

A melhoria constante da qualidade do vinho não é diretamente proporcional ao valor da garrafa. O dólar australiano esbarra na moeda americana e provoca a queda no preço da bebida. Exemplares de safras com produção reduzida, por exemplo, chegam a custar apenas 1 dólar australiano. (com informações de Álef Calado).

Conheça algumas das vinícolas da Austrália:

Leeuwin Estate (Margaret River) - www.leeuwinestate.com.au

Localizada no oeste do país, a Leeuwin Estate produz bebidas conhecidas no mundo inteiro. A vinícola é famosa por seus vinhos brancos de alta qualidade e pelas garrafas Art Series, ilustradas por alguns dos principais artistas da Austrália. Durante o tour, visitantes têm a oportunidade de conhecer as adegas, acompanhar o processo de fabricação e degustar algumas das garrafas. Além de oferecer pratos regionais no Leeuwin Restaurant e de contar com uma galeria repleta de obras de arte, a Leeuwin Estate promove palestras e cursos.

Jacob’s Creek (Barossa Valley) - www.jacobscreek.com/br

Localizada no Vale Barrosa, ao sul da Austrália, região da famosa terra vermelha e conhecida por suas vinícolas de qualidade, a Jacob’s Creek já recebeu o prêmio de melhor atração turística do país. Os vinhos da fábrica estão entre os mais apreciados pela população e lideram o mercado enológico de regiões ao redor do mundo. Ao visitar a vinícola, o turista aprende um pouco sobre o cultivo das vinhas e sobre a fabricação das bebidas fermentadas. Aproveite o Jacob’s Restaurant para provar o melhor da culinária australiana.

Voyager Estate (Margaret River) - www.voyagerestate.com.au

A vinícola, que mantém a maior adega subterrânea de barris da Austrália, possui como característica principal a produção de vinhos complexos e encorpados. O tour pela propriedade consiste em um passeio e degustação de exemplares de algumas safras, acompanhados de um guia especializado. A vinícola também possui restaurante, equipado com móveis antigos e louças personalizadas.
Fonte: Correio Braziliense


sexta-feira, setembro 18, 2015

Philippe de Nicolay Rothschild completa cinco anos no Brasil e aumenta a atuação da PNR Import

Apenas 400.000 Champagne Barons de Rothschild são produzidos anualmente

A França é um país com terroirs privilegiados. De lá, saem os vinhos mais conceituados e premiados do mundo, assim como a autêntica bebida de elegante perlage: o champagne. E é da conhecida “Cidade Luz” que aterrissou no Brasil um dos maiores conhecedores de vinhos do mundo, Philippe de Nicolay Rothschild. O Brasil tem a fama de receber de braços abertos os estrangeiros, mas, com certeza, acolheu para sempre este autêntico barão que não gosta de ser chamado como tal, já que está em um país em que o título da nobreza não predomina.

O parisiense abriu a PNR Import, em São Paulo, e passou a distribuir por aqui os elegantes Champagne Barons de Rothschild (Brut, Extra Brut, Blanc de Blancs, Rosé) e alguns dos melhores Bordeaux do grupo Lafite-Rothschild com os Carruades de Lafite - segundo vinho do famoso Château Lafite - disponível em breve no país diretamente das adegas do Castelo. O Château de Duhart-Milon em Pauillac, o Château L'évangile em Pomerol e também o Château d'Aussière, da nova propriedade da família localizada no Languedoc-Roussillon, também estão nos planos da rota do Brasil. Vários vinhos, mais acessíveis, ainda completam um portfólio, que tem como foco oferecer vinhos autênticos e prontos para beber, com safras mais antigas.

A respeitada revista “Wine Spectator” não poupou elogios aos Champagnes Barons de Rothschild, além de ganhar pontuação de 90 para mais, do crítico de renome internacional, Robert Parker. Tais pontos caracterizam a bebida como, de excepcional qualidade e caráter, em que a uva Chardonnay é seu principal elemento.

“No Brasil, as vendas de Champagne são maiores de outubro a março. Esperamos provocar nos brasileiros o desejo de tomar essa bebida dos Deuses por todo o ano. Para isso, trouxemos o Champagne Barons de Rothschild, um produto de qualidade superior aos encontrados no mercado, pois é produzido com as melhores uvas da safra. O fato de produzirmos apenas 400.000 garrafas ao ano é uma das garantias de excelência deste Champagne”, afirma Philippe de Nicolay Rothschild.

Com toda a tradição e respeito que o mundo da enologia tem pela família multissecular, incorporada pela expertise de Philippe de Nicolay Rothschild, há dúvida de que seus produtos ainda perpetuarão por muitos e muitos séculos?
Fonte : Segs

Cabernet Sauvignon

Quem trabalha com vinhos costuma dizer que muitos consumidores compram um cabernet sauvignon como “marca” e não como “uva”. E o que isso significa? Que é uma variedade tão popular que muitos compram suas garrafas sem se preocupar com outros detalhes do rótulo, como o produtor, a região ou mesmo a safra.

Em se tratando do Novo Mundo do vinho (países fora da Europa) arrisco a dizer que apenas uma minoria de vinícolas não tem um cabernet sauvignon em seu portfólio. Mas, por que essa uva é tão popular?
Originária da França, é uma uva muito importante para os vinhos da região de Bordeaux. Sozinha ou acompanhada pela merlot, cabernet franc ou petit verdot, resulta em vinhos que podem aparecer em muitas listas de melhores do mundo.

Mas não é só em seu berço que a cabernet sauvignon faz sucesso. Todo o mundo vitivinícola planta essa variedade por uma razão muito simples: é uma uva resistente, que se adapta aos mais variados terrenos e condições climáticas. Evidentemente, um cabernet sauvignon da Nova Zelândia não vai ter características idênticas a um vinho do Brasil ou dos Estados Unidos, porque tudo isso depende de uma série de fatores.
Porém, de uma maneira geral, esses vinhos são marcantes, potentes, de grande estrutura e possuem grande capacidade de guarda. Seus aromas mais comuns lembram chocolate amargo, pimenta e quando passam um tempo em barricas de carvalho ganham complexidade de aromas e sabores.

Aliás, para que exista algum ganho de qualidade com a passagem por madeira é necessário que o vinho tenha boa estrutura e os cabernet sauvignon possuem taninos marcantes e boa potência alcoólica.
Um ótimo exercício que você pode fazer com os amigos ou em sua confraria é a degustação de vários cabernet sauvignon das mais variadas regiões do mundo. Um vinho da Califórnia, nos Estados Unidos, que costuma passar bastante tempo em barricas de carvalho será totalmente diferente de um vinho da França, que normalmente tem um perfil mais elegante do que potente.

Aqui na América do Sul, você precisa experimentar alguns vinhos interessantes como os argentinos, porque nem só de malbec vive o mercado do nosso vizinho. O “Guia Descorchados”, em sua última edição, elegeu os melhores vinhos com essa uva na Argentina, muitos deles em faixa de preços alta, mas vale a pena saber alguns dos produtores que faturaram essas maiores notas: Cararena, Catena Zapata, Terraza de Los Andes, Hubert Weber, Lagarde, Trapiche, Zuccardi, Sophenia, Atamisque e Weinert. Então, se encontrar vinhos desses produtores em faixa de preços adequada ao que você pretende gastar, saiba que são compras seguras.

No Chile, Uruguai e Brasil também há muitos vinhos interessantes para provar com a cabernet sauvignon. Mas esse é um assunto para a próxima coluna.

Tim-tim!
Correio de Uberlândia - por Érika Mesquita

sexta-feira, setembro 11, 2015

Sabor de história: os antigos e doces vinhos da África do Sul

Há exatos 361 anos, portugueses expulsavam as últimas colônias holandesas do Brasil; indianos terminavam a construção do Taj Mahal, um dos monumentos mais conhecidos do mundo; e o Tratado de Westminster colocava um fim à Primeira Guerra Anglo-Holandesa, que matou cerca de 5 mil pessoas. O ano de 1654 também marcou a história da África do Sul: foi quando o médico holandês Jan van Riebeeck levou as primeiras videiras para a Cidade do Cabo, dando início à produção de vinhos sul-africanos.

A África do Sul é um dos poucos países do continente a produzir vinhos em larga escala. A primeira garrafa da bebida foi fabricada em 1659 e marcava pelo gosto forte e encorpado. Quase meio século depois, o surgimento do Vin de Constance — uma bebida de sobremesa, com aroma adocicado de pêssegos —, deu visibilidade internacional ao país nessa área. O vinho era um dos preferidos de personalidades europeias, como o rei Luís Felipe, da França, e o líder político Napoleão Bonaparte.

Apesar do início promissor, a vitivinicultura da África do Sul quase teve um fim. A expansão desordenada de vinhedos culminou na produção de vinhos sem qualidade e pouco atrativos. Para sanar este problema, alguns produtores se juntaram e fundaram a Kooperatiwe Winjnbouwers Vereniging (KWV), uma associação que regularia toda a fabricação e exportação da bebida no país. O regime de apartheid também prejudicou os vinhos sul-africanos, que se tornaram produtos de consumo interno.

Com o fim do apartheid, em 1994, as vinícolas do país tiveram que se adaptar ao mercado internacional e foram praticamente obrigadas a passar por um processo de aperfeiçoamento. Segundo informação da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), a África do Sul é a oitava maior produtora do mundo e conta com mais de 100 mil hectares de vinhedos plantados e cerca de 350 vinícolas. (Com informações de Álef Calado)

Vergelegen Estate (Cidade do Cabo) - vergelegen.co.za

Fundada em 1700, por Willem Adriaan Var der Stel, governador da Cidade do Cabo na época, a vinícola é famosa por produzir alguns dos vinhos artesanais mais finos da África do Sul. Três vezes vencedora da Great Wine Capitals Global, concurso que elege o melhor do turismo enológico ao redor do mundo, a Vergelegen oferece ao visitante a oportunidade de conhecer os 17 jardins e as adegas da vinícola.

Groot Constantia (Cidade do Cabo) - grootconstantia.co.za

A vinícola mais antiga da África do Sul, a Groot Constantia é reconhecida internacionalmente pela produção de tintos de alta qualidade e vinhos de sobremesa. Uvas francesas, como a Shiraz, a Merlot e a Pinotage, são as mais encontradas nos 750 hectares de vinhas. Durante o passeio pela vinícola, considerada patrimônio da Província Ocidental do Cabo, os visitantes têm a oportunidade de conhecer o processo de fabricação e experimentar algumas das melhores garrafas.

La Motte (Franschhoek) - la-motte.com

Localizada no belo vale de Franschhoek, uma das melhores regiões para a produção de vinhos da Áfica do Sul, a vinícola é lar de garrafas finas, reconhecidas pela qualidade superior e pela peculiaridade. Durante o tour pela fábrica, visitantes são agraciados com uma experiência única de degustação de vinhos harmonizados com pratos da culinária local. É possível, ainda, conhecer algumas das adegas e apreciar as exposições do Museum La Motte.

Fonte: Correio Braziliense

Vinhos : A volta ao mundo em cinco rótulos

O turismo gastronômico tem se tornado um dos principais prazeres turísticos de qualquer viagem. A degustação de vinhos faz parte desse tipo de diversão turística, e diferentemente do que muitos acham, não é preciso provar vinhos extremamente caros ou difíceis de achar para que se possa ter contato com sabores de outras terras.

Muitos acham que a enologia é algo preso a diversas regras de etiqueta, quando na verdade é um prazer que pode ser apreciado por muitos. Não é preciso ir atrás do preço de uma garrafa, mas sim saber o que se está tomando e com o que isso combina em sua refeição. Muitos bons vinhos podem ser comprados no Brasil entre R$ 30 e R$ 60 reais a garrafa - e a maioria deles vem de diversos lugares do mundo.

Faz parte do turismo gastronômico ter acesso a uma bebida de qualidade e, por isso, decidi unir esses dois conhecimentos e dar algumas dicas sobre o que tomar quanto colocado em frente a um tipo de prato diferente, aproveitando é claro receitas típicas locais de lugares diferentes do mundo. Abaixo, cinco vinhos que servem bem com refeições mais exótica, além de serem feitos com uvas da própria região onde a comida é servida, casando bem o sabor local.

1. África do Sul - Cape Elephant Shiraz: esse é um vinho mais forte, ideal para se tomar comendo uma comida com gosto mais apimentado ou carregada no tempero, como o chakalaka, um molho de acompanhamento típico da África do Sul, local de onde o próprio vinho vem, feito com uvas Shiraz, típicas de lá. Seu sabor mais forte consegue lidar bem com o gosto de comidas apimentadas.

2. Austrália - Lone Kangaroo Cabernet Shiraz: esse é um vinho típico de lá, feito com uvas Cabernet Sauvignon e Shiraz. Tinto e um pouco mais forte, é ideal para se comer com carnes temperadas, como a típica costela ao molho barbecue dos australianos.

3. França - Château Les Millaux Excellence: uvas Merlot e Cabernet Franc, típicas da França, são a base desse vinho tinto. Ele é ideal para se tomar com carnes como o entrecot, corte mal passado típico de restaurantes da região. Seu sabor é mais suave.

4. Espanha - Marco Real Tempranillo: a paella é uma comida típica muito famosa na Espanha. O misto de frutos do mar tem um gosto forte e característico, porém muito saboroso. Para acompanhar, recomendo esse vinho com uvas da região de Navarra, as Tempranillo, com um gosto que casa bem com esse tipo de carne branca.

5. Chile - Casa Marchigue Chardonnay: as uvas Chardonnay da região da Valle de Colchagua, fazem um casamento ideal com o peixe cogrio, uma receita típica do Chile que vai muito bem com um vinho branco.

Claro que essas sugestões podem servir a diversos outros tipos de alimento, porém essa é uma boa base do saber com que combinam esses determinados tipos de vinho. Espero que essas dicas te ajudem a fazer seu próprio turismo gastronômico, nem que seja em sua própria casa!

Samuel Carvalho é sócio da LeVino, empreendedor e estrategista de negócios. Acredita que o bom vinho pode atingir todos os paladares, e quer desmistificar o consumo no Brasil.

Sobre a LeVino - http://www.levino.com.br/ (11) 4119-1881

Disseminar a cultura do vinho. Essa é a grande proposta do LeVino, e-commerce de vinhos de criado em 2014. Com foco nessa proposta, o LeVino destaca-se por oferecer sugestões que vão muito além da harmonização dos pratos. No site, o cliente encontra os vinhos certos de acordo com o tipo de uva, de prato e até mesmo de ocasião, como um jantar de negócios, um jantar romântico, dias frios, dias quentes, para conhecedores de vinho e até para quem não costuma beber.
Por Samuel Carvalho

terça-feira, setembro 08, 2015

Os superstars do vinho

“Born to Run”, o disco que levou Bruce Springsteen ao sucesso nacional, completou seu quadragésimo aniversário na semana passada.

Os fãs de Bruce adoram contar a história que está por trás do disco. O ‘Boss’ lançou dois discos em 1973. Embora os críticos tenham elogiado os dois, ambos fracassaram. Assim, “Born to Run” seria sua última oportunidade. Peter Ames Carlin, biógrafo de Springsteen, conta que a “Columbia [Records] forneceu para Bruce e banda somente os recursos necessários para gravar uma música. Desse jeito, ele poderia provar que era capaz de fazer um hit de sucesso e fazer valer a gravação de um possível disco seguinte. Eis porque [a banda] levou seis meses para gravar a música que acabou dando nome ao disco, ‘Born to Run’. Cada nota tinha de ser perfeita, senão eles corriam o risco de voltar de mãos vazias para Asbury Park.”

Quando os executivos da Columbia ouviram a gravação, resolveram contratar Bruce para mais um disco. Sabiam que aquele nativo do Garden State de 26 anos se tornaria um superstar.

Da mesma forma, muitos dos grandes vinhos da história quase não chegaram lá.

Vejamos os vinhos que saíram vitoriosos do “Julgamento de Paris”, uma disputa entre vinhos californianos e franceses realizada em 1976. Todo mundo pensou que a França ganharia, mas os vencedores – Chateau Montelena Chardonnay 1973 e o Cabernet Sauvignon 1973 da vinícola Stag’s Leap – vieram ambos da Califórnia. O feito revolucionou a indústria do vinho americana. Mesmo assim, os dois vinhos quase não aconteceram.

A história da vinícola Stag’s Leap começou em 1969. Naquele ano, Warren Winiarski, ex-produtor da Robert Mondavi, provou um Cabernet Sauvignon caseiro do vinhateiro Nathan Fay. O vinho funcionou como uma epifania para Winiarski; a bebida reunia tudo que ele amava no Napa Valley. Logo, ele comprou 44 acres de terras vizinhas às de Fay. Arrancou tudo que estava plantado e semeou uvas Cabernet Sauvignon e Merlot.

Se Winiarski não tivesse provado o vinho caseiro de Fay – e não tivesse os recursos para comprar as terras – o Château Mouton-Rothschild teria vencido o Julgamento de Paris.

Na Château Montelena, o produtor Mike Grgich temia pelo emprego depois de aprontar o seu Chardonnay 1972. Grgich expôs o vinho a tão pouca oxigenação durante a produção que uma enzima amarronzada resistiu por dois meses no vinho depois do engarrafamento. Se o vinho tivesse permanecido marrom – e Grgich perdido o emprego – ele não teria terminado seu Chardonnay 1973, e o Meursault-Charmes da Domaine Roulot teria vencido.

O mais famoso ‘cult’ Cabernet de Napa, o Screaming Eagle, tem origens numa lata de lixo.

Em 1976, a corretora de imóveis Jean Phillips comprou 57 acres em Oakville, ma Califórnia. A maior parte das terras cultivava variedades de branco. Mas um acre continha vinhas Cabernet Sauvignon, das quais ele fez um vinho numa lata de lixo de plástico. Curiosa a respeito das possibilidades de seu vinho caseiro, Phillips levou uma amostra aos especialistas da vinícola Robert Mondavi, que imediatamente recomendaram a sua produção comercial. Assim, em 1992 Phillips contratou Richard Peterson, um renomado consultor, e sua filha, Heidi Barrett. O novo vinho alcançou 99 pontos na escala de Robert Parker e vendeu-se imediatamente.

É difícil imaginar Bruce Sprinsteen esquecido para sempre, assim como não é fácil imaginar qualquer um desses vinhos longe dos enófilos apaixonados.

Nos vinhos, assim como nas artes, os sucessos acidentais são abundantes.
Por David White

sexta-feira, setembro 04, 2015

Conheça o primeiro vinho do Porto branco para ser bebido com gelo

O vinho Cambridge Ice "é fruto de uma parceria" entre a distribuidora de vinhos Lusovini e a Andresen, que é uma das raras casas de vinho do Porto que permanece totalmente em mãos portuguesas. Trata-se de "um Porto branco para ser bebido gelado ou sobre gelo", ganhando assim "a mesma sofisticação do champanhe", disse o presidente da Lusovini, Casimiro Gomes, à agência Lusa.

O enólogo e administrador daquela empresa Carlos Moura disse que este novo néctar distingue-se dos vinhos do Porto branco clássicos, "essencialmente, pela sua doçura, que é um bocadinho maior". "É para beber bastante frio, com gelo, para que a doçura não se torne desagradável", completa.

Este novo Porto branco "começou a ser pensado há três anos" e o lote final demorou cerca de um ano a ser afinado, sendo composto por uvas oriundas, essencialmente, de Ervedosa do Douro, concelho de São João da Pesqueira. E tem cerca de três anos de madeira. "O Cambridge Ice é o nosso contributo para aquilo a que a crítica já chama a Revolução Branca", ou seja, o reconhecimento da extraordinária qualidade dos vinhos do Porto brancos e da sua enorme versatilidade", afirma Casimiro Gomes.

Carlos Moura completa frisando que "a sua acidez e a secura que envolve o doce do vinho fazem com que este Porto branco seja bom para acompanhar diferentes momentos de festa e de convívio, nomeadamente à mesa, e que nunca se torne cansativo".

"O nosso objetivo é captar novos mercados e novos consumidores" para os vinhos do Porto, salientou também. O enólogo informou ainda que vão ser lançadas "cerca de 10 mil garrafas" de meio litro, com um preço médio de dez euros.
03 Setembro 2015 • SÁBADO/Lusa